segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Instagram

Começa sempre assim... A luz baça do Instagram, q banha seus rostos, depois as mãos q se tocam. Atrás deles tem uma floreira e ela está de vestido. O muro é baixo e não esconde do olhar dos curiosos o beijo apressado entre os dois. São 6 horas. Ele saiu do trabalho cansado, passa por ruas de pequenas lojas. Escapa um som de forró, tapioca, periferia. Ele sonha... Com ela?
Ela acorda com a campainha... O rapaz q empurrava o portão entre as floreiras chega no apartamento de madame. Ela comprou um creme fino pras mãos dele, mas não o mais caro, pra não ofender. Ela pensa q não vai durar. Pra sua sorte, ao entrar ele a beija forte. O abraço dele tem cheiro doce, pele macia e tensão q dissolve medos. Ainda hj ele está aqui, ela sorri. Acende uma vela. A meia luz favorece as senhoras.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Lampião em crise

serenou, amor
amanheceu molhado
(tocaia, bala, facão)
serenou, amor
amanheceu coalhado
pois q de tdo jeito se morre
pois q de todo jeito se morre de não viver, de fugir...

então fico, Bonita
e se o céu cair, q seja de azul
e a terra, se abrindo, seja tu

sábado, 30 de junho de 2012

menina festa junina

menina festa junina
resta cantiga colo chita
braço com olho
dente com milho fita
me fitam mil olhos (com dor de cotovelo)
me habita túnel passinho passeio
devagar... e a gita

quarta-feira, 27 de junho de 2012

O amor do boi

Tá chovendo aí? Chuva na pele, naquele pedacinho q sempre molha... 
e arrepia... me lembra vc
 
Vc sempre chegava igual. Passos macios, de gato. 
Cansado, se desfazia da mochila, do celular, da roupa, 
as palavras escapavam da boca displicentes, toda urgência 
concentrada no cume macio. Podia sentir tua pressa. A minha, 
feita do barro de respiração e desconforto, pelos e mamilos 
em corte lateral, na metade da luz, as contrações fortes 
entre as coxas. Vc me tomava com nonchalance, até, como se 
não houvesse aquela agudeza de momentum. Eu te satisfazia,
aplicadamente. Depois, não era mais a boa aluna. Fugia, permitia, 
dilatava espaços, curvas, meandros. Teu corpo tremia. Até que 
toda a pele ficasse delgada, o suor inundasse o beijo, a respiração 
ensurdecesse a mente. Meu calor misturava com o teu, minha alegria, 
minha tristeza, meus sonhos, teus ideais de bom moço, a porra 
que vc chamava de sujeira, o quarto de motel, o amor confinado 
e inconfessável. O amor do boi pelo abatedouro.
Ainda assim um amor delicado, que minha pele não esquece... 
Nem a chuva.
 
Bj, sweetie, nice shabbat
 
 
Enviado via iPhone

sábado, 16 de junho de 2012

Viagem

Viagem

e era o fim da estrada
quando voava soltava gente pra frente e pra trás
depois de nascido vc logo quis enxergar mas tinha mta neblina
(eu queria é chegar, pra juntar perto de ti)
segue verde asfalto e boi
tarde pra calor, corpo e voz derretendo um no outro
pensamento ferida buraco queda
e tudo voltou pro lugar

Virgem

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O amor, na real

O amor é... empurrar uma bike
chegar mais cedo no trampo
pedir ajuda pro seu brow
pegar uma camisinha do irmão

Amar é... mandar uma fotinho sua
pedir uma foto dela, nua
encarar um busão
ter coragem, ter tesão
enfrentar fila, portaria
tudo pra comer aquela mina

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Colher de chá

ainda por existir, existo
ainda por te amar, amo
essas pedras, esse chão
me pisar e colher